O consultor financeiro Humberto Veiga diz que é preciso se autoconhecer para cuidar bem da sua grana
Andréa Háfez (redacao.vocesa@abril.com.br) 13/08/2010
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MatériasComo garantir um futuro tranquilo sem deixar o presente de lado?
! É preciso se autoconhecer. É preciso saber quais são seus valores e seu objetivo na vida. É muito pessoal. Para alguns, as compras representam satisfação, abrir mão do consumo atual é um esforço, um peso muito grande. Para outros, não. Mas há casos em que há uma tendência para poupar que o indivíduo não vive nada do dia de hoje. Não acho que consumo e felicidade estejam associados. Há uma relação, mas não de dependência. É preciso ponderar quais são seus valores e o que você deseja para encontrar a medida do quanto poupar. A tranquilidade financeira é resultado de um olhar sobre a vida como um todo.
É uma questão de bom senso?
! Exatamente. Garantir um futuro tranquilo é uma questão de bom senso. Há muita gente de olho no seu dinheiro: o governo, os bancos, as seguradoras, as empresas de previdência, mas a melhor pessoa para cuidar do assunto e decidir o que fazer com o dinheiro, ou ao menos a quem irá delegar a sua gestão, é você.
É possível fazer uma reserva financeira sozinho para a aposentadoria?
! Sim, mas requer muita disciplina. Quem não é disciplinado vai precisar contratar um plano de previdência privada e, em algumas situações, pode querer fazer depósitos programados. Mas, para fazer qualquer planejamento financeiro para o futuro, o primeiro passo é descobrir seu perfil de risco.
? Porque as pessoas têm medo de perder dinheiro?
! É um fator que pode estar relacionado à maneira como a pessoa formou seu patrimônio. Se ela se privou de uma série de coisas para juntar dinheiro, ela adquire um apego muito grande, o que impede de gastá-lo. Se ela não consegue gastar, imagine perder. Esse tipo de relação só piora com o tempo, porque o envelhecimento também traz um medo maior, uma insegurança.
Qual o começo de um bom planejamento financeiro?
! É preciso considerar o perfil de risco e o prazo disponível para investimentos. Também é preciso decidir quanto de dinheiro vai para cada ativo escolhido. É preciso
lembrar que não há uma garantia de retornos espetaculares, o fundamental é tentar começar o mais cedo possível, fazer uma boa diversificação e manter o balanceamento da carteira. Isso na intenção de realizar a reserva financeira por conta própria.
Como fazer um planejamento viável?
! É uma questão de realismo. Por isso a primeira fase, a do diagnóstico, é tão importante: é necessário ter a noção do quanto há disponível hoje, quais os ganhos e as despesas. Nesse momento, as pessoas têm a chance de ter contato com a realidade. Se eu ganho 3 000 reais e quero me aposentar com 10 000 reais, fazendo os cálculos necessários (há alguns simuladores no blog do consultor: www.betoveiga.com), percebo que será necessário acumular muito, ou me dou conta que um benefício de 10 000 reais não será possível, ou terei que mudar de estratégia e ampliar os esforços hoje. As pessoas têm desejos, mas para realizá-los têm que perceber se estão dispostas a despender o esforço necessário para conquistá-los: trabalhar mais, arranjar outro emprego, investir em cursos; ou se preferem ajustar os seus objetivos e planos. Não há milagre: os ganhos não são conseguidos do nada.
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