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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ACADEMIA E INVESTIMENTOS


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cuidado com os ganhos fáceis na internet

Há centenas de sites na web que oferecem rendimentos altíssimos em aplicações de câmbio e commodities. A maioria é golpe.

Bruno Vieira Feijó (redacao.vocesa@abril.com.br)  05/01/2010
Crédito: ® Ilustrações Orlandeli
 - Crédito: ® Ilustrações Orlandeli
A oferta é tentadora: você aplica 1 000 dólares por meio de uma corretora sediada no exterior e ganha até 5 000 dólares em uma semana. Pelo simples fato de ter aberto uma conta, já terá como crédito um bônus de 200 dólares para começar a brincar no mercado internacional de moedas. Melhor ainda. Ao indicar amigos também interessados em obter rendimentos altos, você ganha um percentual sobre o investimento deles. Não acredita? É só baixar o software e fazer algumas simulações.

O dinheiro rapidamente começa a render e você até se pergunta: afinal, por que o meu gerente no banco não oferece algo parecido? A resposta muitos investidores descobrem apenas quando tentam sacar o saldo disponível: foram vítimas de uma fraude. Não são poucos os internautas à procura de juros atraentes que topam com ofertas sedutoras de dinheiro fácil, envolvendo principalmente o forex (foreign exchange), um tipo de investimento que se faz apostando simultaneamente em moedas estrangeiras, diz Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP). O forex tem operações apenas pela internet. E esse é o problema. Há milhares de sites fajutos que se passam por corretoras internacionais, prometendo juros mirabolantes e simulando uma operação aparentemente perfeita.

O investidor acompanha suas aplicações em tempo real e acredita que está ganhando a maior bolada ao acertar, por exemplo, que o dólar da última quinta-feira se desvalorizou em relação ao iene japonês. Os sites chegam a apresentar vídeos explicativos e até uma seleção de notícias de agências de informações como a Reuters. Tudo fachada. Em um dos casos que investigamos a empresa, cujo site dava a impressão de ser de uma corretora de Nova York, era, na verdade, de uma pessoa operando de um notebook a partir de uma residência em uma cidade do interior fluminense, diz José Alexandre Cavalcante Vasco, superintendente de orientação e proteção aos investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão fiscalizador do mercado financeiro, que desde 2005 detectou mais de 100 arapucas desse tipo no Brasil.

Em que pese os trapaceiros de plantão, o mercado forex existe de verdade. Mas não é recomendado a investidores leigos, apenas aos especializados, como bancos e multinacionais. Na prática, aplicações em forex consistem na compra de uma moeda e a simultânea venda de outra, ou seja, as moedas são negociadas em pares. Digamos dólar e iene. O investidor aposta em qual será a diferença entre a valorização e a desvalorização dessas moedas em determinado momento, diz Fernando Botti, diretor da Atrattore, consultoria de ensino em investimentos, de São Paulo.

A vantagem para um investidor especulativo está em poder negociar com alavancagem, ou seja, tendo apenas uma pequena fração do dinheiro que seria necessário para comercializar as moedas físicas. As margens variam entre as corretoras, mas há aquelas que oferecem até 100:1. Isso significa aplicar 1 000 dólares e apostar 100 000 dólares, diz Fernando Botti. No caso de ganho, em que a moeda escolhida varia, por exemplo, 1 centavo para cima ou para baixo  dependendo da aposta feita , o retorno pode atingir mais de 30% ao mês, chegando ao equivalente a 400% ao ano. Nem é preciso dizer o que acontece quando a aposta resulta num movimento contrário ao do mercado. 

GANHO FÁCIL NÃO EXISTE
Para confundir ainda mais os incautos, há corretoras que trabalham misturando diferentes investimentos alavancados, além do forex, passando a falsa sensação de que estão diluindo os riscos do investidor ao não concentrar todos os ovos na mesma cesta. No entanto, o que acontece é exatamente o oposto. Apostar em uma mistura de câmbio, ações e derivativos é apostar quase sempre na volatilidade, que nada mais é do que lidar com oscilações bruscas nas cotações, que podem fazer um investidor leigo dormir milionário e acordar falido, diz Reginaldo, da Apimec-SP.

Para começar, muitas dessas operações são negociadas apenas entre corretoras  nem todas de boa índole, como se pode observar , fora da plataforma oficial e regulamentada das bolsas de valores. Tecnicamente, é o que se chama de mercado de balcão. O mercado de balcão não é necessariamente ilegal. São as transações realizadas diretamente entre as partes por telefone, sistemas eletrônicos e internet. Não há uma operação centralizada, mas uma rede entre as instituições interessadas, diz José Alexandre, da CVM. O problema é que a maior parte dos investimentos de ganho fácil não existe. O administrador do site simplesmente pega o seu dinheiro e some, ou alega perdas por culpa da má configuração do software por parte do investidor, diz Fernando, da Atrattore.

O internauta pode ainda estar fazendo movimentações ilegais. Isso porque nenhuma corretora brasileira está habilitada a oferecer o forex (pelas regras cambiais do país, não é permitido em algumas circunstâncias remeter recursos para investir em derivativos no exterior). Aproveitando-se disso, corretoras usam estruturas virtuais de paraísos fiscais para traduzir seus sites para diversos idiomas, inclusive português. Além disso, cooptam espécies de representantes locais, que recebem comissões para atrair investidores daquele país com disposição para aplicar dinheiro.

Não é à toa que os fóruns de discussão e redes sociais estão abarrotados de consultores supostamente entendidos oferecendo seus serviços. A dica para quem quer aplicar em forex legítimo ou fugir de aplicações desonestas é verificar se a entidade está apta a operar com autorização das entidades de fiscalização, como CVM e Banco Central, ou similares do país de origem, como a NFA, nos Estados Unidos, diz Reginaldo, da Apimec-SP. Em suma, nunca o velho ditado popular fez tanto sentido: “Quando a esmola é grande, o santo desconfia.

INVESTIMENTOS CAÇA-NÍQUEIS
Há várias operações perigosas na internet. Conheça algumas delas:

CFD O que é: Contracts for difference (contratos por diferenciação). Enquanto o forex especula com moedas, o CFD especula com preço de ações. Se o investidor espera que o preço de uma ação suba, ele compra CFDs baratos. Se a expectativa é de que a ação desça, pode vender CFDs e comprar depois a um preço inferior  tudo em questão de horas ou, no máximo, poucos dias. A diferença de preços será o lucro da operação. O risco?  Essa atividade não passa pela bolsa de valores.

HYIP
O que é: Do inglês High- Yield Investment Program (algo como Programa de Investimento de Alto Rendimento), uma espécie de Certificado de Depósito Bancário (CDB) fortificado. Começou como programa legítimo de bancos para atrair clientes de alta renda para fundos mais sofisticados. Com o tempo, o termo HYIP foi apropriado por golpistas que aplicam o esquema de pirâmide e prometem ganhos de até 300% ao ano. Obviamente não revelam detalhes sobre a operação, exceto por vagas promessas.

Autosurf, Doubler, GPT ou PTC O que é: Funcionam de forma parecida  algumas empresas pagam para uma rede de afiliados exibirem suas propagandas em sites. Cada banner visualizado rende alguns centavos. A fraude começa quando alguns programas requerem depósito prévio para entrar num clubinho e instalar o software que o usuário deve abrir todo dia para visualizar uma quantidade de banners. Golpe para anunciantes e internautas.

MML
O que é:
As ofertas são do tipo Invista 75 dólares e ganhe 16 000 dólares ao mês indicando 10 pessoas. Os produtos pelos quais se ganhariam comissões podem ser os mais variados, passando por cartões de crédito a perfumes. Em tese, bastaria seus indicados venderem os produtos e você não precisaria vender nada. Tudo enganação: os produtos não existem e não vão ser entregues a você, nem aos novos vendedores indicados. É só uma pirâmide virtual.

Onde colocar o seu dinheiro

Onde colocar o seu dinheiro

Sete especialistas dão 18 conselhos para todos os bolsos e perfis de investidores

A crise financeira fez as bolsas de valores despencarem e tornou o preço das ações muito barato. Mas será que é hora de comprar ações? Ou é melhor investir em fundos, fazer aplicações em ouro ou comprar imóveis? Para explicar as vantagens e as desvantagens dos seis principais produtos financeiros, a você s/a ouviu sete especialistas que indicam alternativas para todos os bolsos e perfi s de investidores. “Invista onde você conhece, agora não é um momento para aventuras e apostas”, diz José Cláudio Securato, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) e professor da escola Saint Paul de Negócios, em São Paulo. Se você quer começar a investir agora ou quer redefi nir suas aplicações, deve prestar atenção às dicas dos especialistas.

Fique atento às notícias

Acompanhe o noticiário macroeconômico para descobrir oportunidades de investimento. A tradicional caderneta de poupança ameaça passar a perna nos fundos de renda fixa caso os juros, que estão em 11,25% ao ano, continuem caindo.

Diversifique seus investimentos

“Essa é a principal recomendação neste momento”, diz Marcos Crivelaro, especialista em matemática financeira e consultor independente de finanças pessoais.

Olho nos fundamentos

É hora de acompanhar dados das companhias de capital aberto com lupa, olhar cada setor e ficar atento às mudanças políticas. Tudo pode influenciar o mercado financeiro.

Negocie as taxas

Como as instituições financeiras estão disputando os clientes é hora de negociar taxas de administração, prazos e aplicações em mais de um banco ou corretora.

Ganhos passados não garantem rentabilidade no futuro

“Em ações é preciso ficar atento às empresas e analisar quem vai perpetuar. Distribuir a carteira entre renda fixa, variável e imóveis parece razoável”, diz André Salgado, diretor da Santander Corretora.

Reavalie seu perfil

As instituições financeiras associadas à Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) se comprometeram a fazer um levantamento minucioso do perfil do investidor antes de oferecer a ele qualquer produto. O levantamento começa a valer a partir de janeiro de 2010. “Teremos que definir as características do investidor por meio de um questionário”, diz Marcos Villanova, diretor da área de investimentos do Bradesco e presidente da Comissão de Distribuição de Produtos ao Varejo da Anbid.

Ele já diversificou

Alexandre Aoki, 41 anos

O engenheiro Alexandre Aoki começou a investir na bolsa e em imóveis há dois anos. “Peguei a euforia do mercado de ações”, diz. O diretor da GE Fanuc, divisão de plataformas da GE, comprou Petrobras e Vale e ganhou 70% de valorização entre janeiro de 2007 e maio de 2008. “Perdi dinheiro na crise, mas meu saldo ainda é positivo em 20%.” A perda de patrimônio fez Alexandre mudar suas estratégias de investimento. Recentemente, ele entrou no mercado de opções, fazendo operações casadas (compra e venda de opções) e protegendo as ações de possíveis perdas no futuro. No mercado de imóveis, ele comprou um apartamento de três quartos na planta para revendê-lo já valorizado quando estiver pronto, daqui a um ano.

O que ele tem?

Imóveis - 20%
Ações - 20%
Renda fixa - 60%

AÇÕES

Depois de quedas assustadoras nos últimos meses, os preços das ações começaram a se recuperar. A bolsa já subiu 10,45% neste ano, até 24 de março, e alguns papéis já recuperaram mais de 40% do seu valor. “O preço das ações ainda vai continuar oscilando, mas o espaço para novas quedas é muito menor”, diz Gustavo Cerbasi, consultor de finanças pessoais e colunista da você s/a. Apesar da tentação dos preços baixos, o investidor precisa ter muita habilidade e conhecimento para operar no home broker e participar de operações rentáveis, como o day trade, em que se compra e vende papéis no mesmo dia. Se não for o seu caso, opte por comprar papéis de empresas sólidas e ficar com eles por, pelo menos, quatro anos. “Ações como Petrobras, Vale e os papéis dos bancos estão entre os mais promissores”, diz José Cláudio, do Ibef.

DICAS

* Coloque apenas de 10% a 20% do seu dinheiro em ações. “O melhor é ser conservador, comprar e esquecer os papéis”, diz o consultor Marcos Crivelaro.
* Para diminuir os erros das operações no home broker, use informações de gráficos que cruzem dados de P/L (preço versus lucro da empresa).
* Prefi ra ações das empresas que atuam no mercado interno, pois elas devem compensar as possíveis perdas em outros países.
* Comprar Ibovespa (índice das ações mais negociadas) pode não ser um bom negócio. O índice é composto por várias empresas de commodities, que estão no centro da crise econômica global.
* Grandes companhias de alimentos, logística e bancos são boas opções de investimento, diz André Salgado, diretor da Santander Corretora.

IMÓVEIS

Imóvel é um investimento conservador, mas pode ser bastante atrativo já que os preços tendem a cair. “Tanto o preço dos imóveis residenciais quanto o dos comerciais deve sofrer uma depreciação nos próximos seis meses”, diz William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Eaesp-FGV (Fundação Getulio Vargas). É bom lembrar que os imóveis têm baixa liquidez — são difíceis de vender. Se mesmo assim você decidir adquirir um, os especialistas recomendam deixar entre 30% e 40% de seu dinheiro investido na poupança ou na renda fixa.

DICAS

* Na compra, opte pelo imóvel na planta — com maior desconto — e prefi ra apartamentos pequenos, mais fáceis de alugar.
* Aproveite os leilões de imóveis usados, que já vão mostrar a elevação dos índices de inadimplência no setor. Observe a obsolescência do imóvel, aqueles com mais de 20 anos têm preço muito baixo.
* O rendimento dos aluguéis fi ca entre 0,5% e 1% ao mês sobre o valor do imóvel, tanto para os residenciais quanto para os comerciais. “Há ainda o desconto de 27,5% de Imposto de Renda, a taxa de corretagem e a possibilidade de o imóvel ficar vazio, o que implica gastos de IPTU”, diz Fabiano Calil, sócio da Fabiano Calil Gestão de Riquezas, em São Paulo.
* Fuja do fi nanciamento. O ideal é comprar o imóvel à vista e vendê-lo só daqui a três ou quatro anos, quando os preços voltarem a subir.

POUPANÇA

Nos próximos meses, a caderneta de poupança poderá render mais do que os fundos de renda fixa. O governo já admitiu que vai rever as regras da poupança, para não provocar um desequilíbrio na indústria de fundos de renda fixa. Esses fundos usam como referência a taxa Selic, que está em 11,25% ao ano e pode ser reduzida ainda mais na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Se a Selic cair, a rentabilidade desses fundos também vai cair, provocando desinteresse do investidor. “Com a Selic em queda, a poupança pode ter rentabilidade melhor do que alguns fundos de investimento que cobram altas taxas de administração e têm cobrança de Imposto de Renda”, diz Marcos Villanova. Se o governo não mudar as regras de rendimento da poupança, o próprio governo não conseguirá mais emitir títulos públicos para se autofinanciar.

DICAS

* Para quem tem até 10 000 reais a poupança é a melhor opção.
* A poupança tem rentabilidade anual de cerca de 8% (taxa referencial mais 6% de juros), não tem cobrança de Imposto de Renda nem taxa de administração. “O risco da poupança é praticamente o risco- país”, diz José Cláudio, do Ibef.

Ele é arrojado

Daniel Carrasqueira de Moraes, 30 anos

Há oito anos, Daniel Carrasqueira de Moraes, gerente financeiro da Lavill, fabricante de quadros elétricos, negocia ações, investe em renda fixa e imóveis. Ele tem uma carteira considerada arrojada pelos analistas porque aplica 50% dos seus recursos no mercado acionário. “Antes eu aplicava mais em bolsa”, diz. Daniel gosta de ações de primeira linha, como Petrobras, Vale e BM&FBovespa, e small caps (companhias cujas ações são pouco negociadas), como Eternit. Do começo da crise para cá, Daniel perdeu cerca de 40%, mas ainda está em terreno positivo. “Vou continuar separando de 20% a 40% de minha renda mensal para ações.” Apesar de ter registrado ganho nas aplicações com DI, Daniel pretende migrar para o Tesouro Direto e comprar títulos prefixados do governo.

O que ele tem?

Imóveis - 20%
Renda fixa - 30%
Ações - 50%

FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Os fundos mais badalados do momento são os multimercado. Eles são indicados para quem quer correr um pouco de risco, porque permite juntar ações, moedas e derivativos em uma única carteira. “O ideal é entrar em um fundo de capital protegido, que tenha parte das aplicações em derivativos e outra parte na bolsa de valores. Quanto mais diversificado for o fundo, melhor”, diz José Cláudio.Os fundos de previdência privada também são boas opções de investimento. Das sete modalidades negociadas no mercado financeiro, cinco tiveram rentabilidade acima de 10% nos últimos 12 meses. Os cobiçados fundos de ações só são recomendados para quem não precisa usar o dinheiro em menos de três anos.

DICAS

* Os fundos de investimento são indicados para quem tem mais de 10 000 reais.
* Não coloque mais que 50% do seu dinheiro nos fundos e aplique o restante em poupança e imóveis.
* Descubra o seu perfil e diversifique seus investimentos:
o Se você é conservador, coloque 70% do seu dinheiro em fundo DI; 25% em renda fixa (CDB e títulos públicos) e 5% em fundos multimercado.
o Se você é um investidor de perfil moderado, pode aplicar 60% da grana em fundos DI; 25% em renda fixa; 10% em multimercado e 5% em ações.
o Se o seu caso é o perfi l dinâmico, prefi ra investir 50% em fundos DI; 25% em renda fixa; 15% em multimercado; e 10% em ações.
o Se você é arrojado, pode colocar 40% do dinheiro em fundos DI; 15% em renda fixa; 5% em fundos de renda fixa com alavancagem; 20% em fundos multimercado e os 20% restantes em ações.

Ele está de olho no futuro

Rodolfo Ohl, 31 anos

O administrador de empresas Rodolfo Ohl é o típico investidor que foi fisgado como muitos pela avalanche de boas notícias sobre os ganhos com o mercado de ações. Ele sempre investiu em renda fixa, mas em janeiro do ano passado decidiu entrar na bolsa de valores. “Coloquei 50% do meu patrimônio em Petrobras, Vale, Banco do Brasil, Natura, Alpargatas e Bradesco”, diz. O problema é que no ano passado a bolsa despencou 42%. “Estou investindo no longo prazo, não vou mexer na carteira. Acredito que esses papéis serão os primeiros a se recuperar.” Nos próximos meses ele pretende comprar mais ações blue chips e migrar dos fundos DI para um CDB prefixado. “Não descarto a possibilidade de colocar 10% do meu dinheiro na poupança.”

O que ele tem?

Renda fixa - 50%
Ações - 50%

CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO

Muitos bancos ampliaram os juros pagos nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) para aumentar o dinheiro em caixa. Quem ganhou foi o investidor. A partir de 5 000 reais já é possível investir em CDBs, mas o investimento só fica bom a partir dos 50 000 reais, quando o cliente pode negociar rentabilidade maior. “Os CDBs prefixados são melhores do que os pós-fixados devido ao declínio da Selic”, afi rma Marcos Crivelaro.

DICAS

* Os CDBs não sofrem a cobrança do come- cotas — imposto que incide semestralmente sobre os fundos de renda fixa, DI, multimercado e cambial. A tributação ocorre só no resgate da aplicação. “Deixe o dinheiro por pelo menos dois anos para que seja cobrado o menor Imposto de Renda”, diz Marcos Villanova, diretor de investimentos do Bradesco.

OURO

Os contratos de ouro negociados na BM&FBovespa não passam de oito quilos por dia — já foram toneladas. Mesmo longe do apogeu, as negociações triplicaram desde o início da crise entre os investidores que querem proteger seu capital. “Antes recebíamos de cinco a dez ligações por dia de clientes interessados em comprar ouro, hoje são 30”, diz André Nunes, presidente do Grupo Fitta, líder no mercado de ouro. A alta do dólar e a maior procura por ouro fizeram o preço do metal subir de 54 reais o grama, em setembro de 2008, para 68 reais no dia 24 de março deste ano, alta de 26%. “O metal pode subir mais 20% até o final do ano”, diz André.

DICAS

* O investimento mínimo é de 7 000 reais para comprar 100 gramas de ouro.
* O mercado tem baixa liquidez.
* Vale a pena para quem tem mais de 100 000 reais.

O DONO DO SEU DINHEIRO


O consultor financeiro Humberto Veiga diz que é preciso se autoconhecer para cuidar bem da sua grana

Andréa Háfez (redacao.vocesa@abril.com.br)  13/08/2010

A jornada do herói começa com o conhecimento sobre si mesmo. Em finanças pessoais não é diferente. Só os verdadeiros heróis — aqueles que descobrem quem são — conquistam bons resultados com o dinheiro. O consultor financeiro Humberto Veiga, que acaba de lançar o livro Tranquilidade Financeira – Saiba como Investir no Seu Futuro(Ed. Saraiva), ensina como identificar seu perfil de investidor e como fazer um planejamento financeiro eficiente. Para ele, não adianta sonhar ou criar falsas expectativas: os ganhos são consequência das escolhas de cada investidor. O seu sucesso financeiro não se dará só pelas quantias obtidas, mas, sim, pela tranquilidade de construir para o futuro o que é possível no presente.

Como garantir um futuro tranquilo sem deixar o presente de lado? 
!
É preciso se autoconhecer. É preciso saber quais são seus valores e seu objetivo na vida. É muito pessoal. Para alguns, as compras representam satisfação, abrir mão do consumo atual é um esforço, um peso muito grande. Para outros, não. Mas há casos em que há uma tendência para poupar que o indivíduo não vive nada do dia de hoje. Não acho que consumo e felicidade estejam associados. Há uma relação, mas não de dependência. É preciso ponderar quais são seus valores e o que você deseja para encontrar a medida do quanto poupar. A tranquilidade financeira é resultado de um olhar sobre a vida como um todo.

É uma questão de bom senso?
!
Exatamente. Garantir um futuro tranquilo é uma questão de bom senso. Há muita gente de olho no seu dinheiro: o governo, os bancos, as seguradoras, as empresas de previdência, mas a melhor pessoa para cuidar do assunto e decidir o que fazer com o dinheiro, ou ao menos a quem irá delegar a sua gestão, é você.

É possível fazer uma reserva financeira sozinho para a aposentadoria?
!
Sim, mas requer muita disciplina. Quem não é disciplinado vai precisar contratar um plano de previdência privada e, em algumas situações, pode querer fazer depósitos programados. Mas, para fazer qualquer planejamento financeiro para o futuro, o primeiro passo é descobrir seu perfil de risco.
? Porque as pessoas têm medo de perder dinheiro?
!
É um fator que pode estar relacionado à maneira como a pessoa formou seu patrimônio. Se ela se privou de uma série de coisas para juntar dinheiro, ela adquire um apego muito grande, o que impede de gastá-lo. Se ela não consegue gastar, imagine perder. Esse tipo de relação só piora com o tempo, porque o envelhecimento também traz um medo maior, uma insegurança.

Qual o começo de um bom planejamento financeiro?
!
É preciso considerar o perfil de risco e o prazo disponível para investimentos. Também é preciso decidir quanto de dinheiro vai para cada ativo escolhido. É preciso
lembrar que não há uma garantia de retornos espetaculares, o fundamental é tentar começar o mais cedo possível, fazer uma boa diversificação e manter o balanceamento da carteira. Isso na intenção de realizar a reserva financeira por conta própria.

Como fazer um planejamento viável?
!
É uma questão de realismo. Por isso a primeira fase, a do diagnóstico, é tão importante: é necessário ter a noção do quanto há disponível hoje, quais os ganhos e as despesas. Nesse momento, as pessoas têm a chance de ter contato com a realidade. Se eu ganho 3 000 reais e quero me aposentar com 10 000 reais, fazendo os cálculos necessários (há alguns simuladores no blog do consultor: www.betoveiga.com), percebo que será necessário acumular muito, ou me dou conta que um benefício de 10 000 reais não será possível, ou terei que mudar de estratégia e ampliar os esforços hoje. As pessoas têm desejos, mas para realizá-los têm que perceber se estão dispostas a despender o esforço necessário para conquistá-los: trabalhar mais, arranjar outro emprego, investir em cursos; ou se preferem ajustar os seus objetivos e planos. Não há milagre: os ganhos não são conseguidos do nada.

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