SÃO PAULO – O ano novo já chegou e, para muitas pessoas, ele representa um período de renovação, de tentar rever conceitos ou mudar maus hábitos.
Com as finanças, não poderia ser diferente. Às vezes, é preciso realizar mudanças, principalmente se você terminou 2011 com pouco dinheiro no bolso, muita dívida e também muito produto comprado sem necessidade e que agora está largado em um canto da casa ou, o que é pior, foi jogado fora. 
De acordo com o educador financeiro Reinaldo Domingos, em se tratando de compras e consumo, a mudança é muito mais comportamental do que simplesmente financeira. Quer dizer que não basta apenas se munir de planilhas de orçamento, contabilizando gastos e despesas, se a pessoa não estiver disposta a modificar hábitos negativos. Como exemplo, ele cita a compra de algo que não se esperava, feita por impulso: “Ir ao shopping para ir ao cinema e sair com duas sacolas de compras é um mau sinal”, explica o também presidente da DSOP Educação Financeira. 
Para adotar hábitos mais saudáveis de consumo, o educador recomenda também fazer um balanço de como se saiu em 2011. “A pessoa deve se perguntar: o que adquiri ao longo do ano? O que conquistei? Foi de modo saudável e sustentável ou foi com dívidas?”, comenta.
Esse momento deve ser compartilhado por toda a família, que também vai definir onde pretende colocar o dinheiro em 2012. “É preciso definir sonhos e necessidades individuais e coletivos”, diz ele, acrescentando que, mesmo em conjunto, também entram questões como: “preciso mesmo deste bem”? Ou “este bem vai trazer custos de manutenção”?
Ainda segundo Domingos, ao ter motivações fortes e objetivos claros e definidos, fica mais fácil adotar hábitos de consumo mais saudáveis, sem se perder em meio a compras desnecessárias. “Todas as famílias perdem de 20% a 30% da renda só com desperdício”, afirma o planejador.
Oito dicas para ir às compras sem prejudicar o bolso 
Para a hora das compras, por sua vez, o educador financeiro indica adotar os seguintes hábitos:
1. Faça pesquisa de preços em pelo menos três ou quatro lugares e use a internet como aliada.
2. Vá com tempo tanto para pesquisar quanto para decidir se realmente vai levar o item escolhido. “Faça da compra um passeio, assim você vai sem pressa”, diz Domingos, acrescentando que a pessoa deve procurar não ceder à pressão imediata da compra.
3. Trate bem o vendedor e/ou gerente da loja. O bom relacionamento pode gerar bons negócios. “É uma relação de cortesia mútua”, afirma o planejador, completando que às vezes dar um sorriso ou demonstrar bom humor já basta para ganhar a pessoa.
4. Verifique se já não tem em casa o produto que deseja comprar e se você realmente precisa dele. “A necessidade do novo geralmente leva ao desequilíbrio financeiro”, diz.
5. Não é necessário ser fiel à marca: “assim como os remédios genéricos, os demais produtos têm similares com capacidade igual e com um preço mais em conta”, afirma Domingos. As marcas próprias de supermercados são exemplos do tipo.
6. Faça sempre uma lista de compras, indicando inclusive as quantidades. Sempre procure projetar o futuro. Por exemplo, se vai ficar fora de casa em viagem, avalie se é preciso comprar a mesma quantia no supermercado.
7. Procure sempre comprar à vista e, caso precise parcelar, verifique se tem o dinheiro disponível para o financiamento. Não se esqueça de registrar em uma planilha ou mesmo em uma agenda todas as parcelas ao longo dos meses.
8. Datas comemorativas e aniversários: faça uma previsão dos presentes que vai comprar ao longo do ano e de quanto pode dispor para cada um deles.