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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Por que compramos por impulso?


Por que compramos por impulso?

Por que compramos por impulso?

”Quanto menos felizes com a vida estivermos, estaremos mais carentes e propensos a ceder aos diversos estímulos de marketing.”
Quem não adora fazer uma comprinha para quebrar a rotina e se sentir mais feliz? Consumir é, sem dúvida, um ato de prazer. Porém, muitos pagam um alto preço pelo consumo por impulso. Não raro, guarda-roupas estocam roupas e sapatos sem uso, estantes acumulam livros não lidos e filmes não assistidos e alimentos são perdidos após ultrapassarem a data de validade. Da mesma forma, férias, eletrônicos, automóveis e outros itens de padrão superior ao que cabe no bolso das famílias as fazem acumular dívidas e comprimem o orçamento. São exemplos de dinheiro desperdiçado que diminuem o poder de compra.
Entretanto, é possível driblar essa impulsividade se você estiver consciente para os dois maiores motivos que nos levam a perder o controle diante de um apelo de marketing: represamento de vontade e falta de objetivos claros a alcançar.
O represamento de vontade acontece quando a pessoa não consegue priorizar, em seu orçamento, verbas para itens importantes para sua qualidade de vida e realização pessoal, como estar na moda ou sair com amigos. Sem estabelecer isso como prioridade, destina-se uma verba maior para itens menos recompensadores, como a moradia, o carro e a escola das crianças. Em outras palavras, adota-se um estilo de vida que limita a condição para curtir o que traria prazer.
Com isso, a vontade vai se represando, aguçando nosso cérebro para se defender da escassez. Depois de certo tempo, qualquer oportunidade de consumo acaba se transformando em escolhas impulsivas. É nosso cérebro dando o comando para tirar o atraso e também para adiantar o consumo dos próximos meses, como forma de se prevenir contra a falta. A solução? Ir mais vezes às compras, ou seja, estabelecer verbas para consumo regular do que é importante, e consequentemente diminuindo a verba para outros itens.
Ter objetivos claros a alcançar é outra forma de conter a impulsividade. Por não tirarem um tempo para organizar suas vidas e fazer planos, muitos se sentem frustrados e não entendem exatamente o porquê. Para quem não consegue obter realização cotidiana por outros meios, o prazer das compras funciona como uma válvula de escape.
Quanto menos felizes com a vida estivermos, estaremos mais carentes e propensos a ceder aos diversos estímulos de marketing. Quando uma mulher sai de uma loja com cinco pares de sapatos, pode ser que a necessidade não tenha sido os sapatos, mas sim o prazer de se ver bela, bem atendida, bajulada e cuidando de si. Não precisava de sapatos, mas sim da compra. Se, por outro lado, tivesse algum grande motivo para dizer não a um instante de prazer, provavelmente agiria menos por impulso. Quem está poupando arduamente para as férias dos sonhos terá o mesmo apetite para se realizar diante de uma vitrine? Provavelmente, não.
Antes de culpar seu parceiro ou seus filhos pela irritante propensão a comprar supérfluos, que tal conversarem sobre sonhos? Façam planos, corram atrás deles. Curtam mais a vida, para que o prazer das compras fique pequeno diante do resto.
Gustavo Cerbasi é consultor financeiro e autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Ed. Gente), Como Organizar sua Vida Financeira (Elsevier Campus) e Os Segredos dos Casais Inteligentes (Ed. Sextante). Acesse os perfis no Twitter e Facebook.
Publicado originalmente na Revista Época em 22/09/2012.
Artigo protegido por direitos autorais. Reprodução autorizada desde que citada a fonte www.maisdinheiro.com.br.

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